É
sempre bom embarcar em novas aventuras vinícolas. Experimentar
variedades de uvas pouco ortodoxas é uma das mais maravilhosas
atividades neste mundo dominado pela hegemonia de um punhado de cepas
tradicionais. Ainda que a Monastrell (Mourvèdre para os franceses) seja
popular em diversas regiões da Europa (Rhône e leste da Espanha,
sobretudo) não é tão comum encontrá-la no Brasil.
A
vinícola Pago de Montal, parte do complexo enológico Ramón Roqueta,
está localizada em Fuente-Álamo, na província espanhola de Albacete. Sua
especialidade é a Monastrell, apesar de haver também vinhedos de
Grenache, Syrah, Macabeo e Airen, todas típicas da região.
Este
que provamos hoje é um corte composto 85% de Monastrelle o restante de
Syrah. Há estágio em barricas de carvalho francês por três meses.
Visual
rubi estupendamente obscuro e opaco, bem ao estilo Monastrell (ou
Mourvèdre) de ser, halo aquoso praticamente inexistente. No nariz traz
um interessante amálgama de frutas frescas como mirtilo, ameixa e amora
junto a notas amadeiradas/abaunilhadas e um certo fundo
vegetal-resinoso. Curioso. Em boca não empolga: o álcool sobra e não há
muita substância. Taninos ainda verdes. É um daqueles vinhos que atraem
no primeiro contato e depois te deixam na mão, sem verdadeiro conteúdo
para mostrar. Uma pena.
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