Já
provamos, há mais de dois anos, o Gricos,
linha de entrada da Grifalco. Trata-se de jovem vinícola capitaneada
por Fabrizio Piccin, que, em 2003, houve por bem abandonar sua
produção de Nobile di Montepulciano, na Toscana, e rumar em direção
ao sul, à Lucania, antiga denominação da Basilicata, região
humilde do Mezzogiorno italiano, cheia de sol, de tomate e por que
não, de Aglianico del Vulture? Ao sopé do extinto vulcão Vulture,
Fabrizio adquiriu vinhedos de mais de quarenta anos de idade e, desde
então, dedica-se de corpo e alma a essa uva cheia de personalidade,
a Aglianico.
Este
Grifalco é a linha intermediária da casa. Em sua safra 2005, foi
avaliado em 89 pontos por Antonio Galloni e 88 pela Wine Enthusiast.
20% dele passa por estágio de 12 meses em barricas de carvalho.
Nada
como estar de volta ao sul da Itália. A coloração rubi avermelhada
densa e quase impenetrável, com leves reflexos ocres nas bordas, já
denota certa evolução. No nariz, é discreto e, ao mesmo tempo,
complexo, com notas de café, amoras, cerejas, couro e ferrugem sobre
um fundo mineral estilo terra. Em boca, tudo muda. Mesmo com quatro
anos em garrafa, os taninos ainda são vorazes e a acidez, pungente.
Tudo muito italiano. Um final médio agradável com café (moca),
frutas passa e ferrugem completa o pacote. Uma proposta interessante
de Aglianico, durão e intransigente como um chefão da camorra.
Custa cerca de R$ 40.
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