A
Grécia possui um dos mais fantásticos acervos de uvas autóctones de
todo o mundo. Ao lado das mais conhecidas Xinomavro e Agiorgitiko,
expande-se um fervilhante universo de variedades obscuras, que ainda não
frequentam o palco iluminado da vinicultura global. A Mavroudi faz
parte desse agrupamento de uvas pouco conhecidas fora da Grécia. Lá, ela
é plantada por quase todo o país e vem produzindo vinhos cheios de
personalidade e de taninos, que tendem a envelhecer bem. Como não
poderia deixar de ser, este Mavroudi é criação da Tsantali, grande
conglomerado vinícola grego. O vinho provém das colinas ao redor de
Maronia, pequeno vilarejo situado na pontinha nordeste da Grécia. São
oito meses de estágio em barricas novas de carvalho francês.
Coloração
rubi intensa, mas ainda translúcida, sem sinais de evolução. No nariz,
uma clara nota de especiarias herbáceas (alecrim, louro) é o que está
mais evidente. Há, também, reminiscências de ameixas e amoras, com um
fundo mineral. Em boca tem bom corpo, é suculento e frutado, mas não há
nem sinal da agressividade tânica pela qual a Mavroudi é conhecida. Pelo
visto, apenas três anos foram suficientes para acalmar as coisas. Eis
aí uma interessantíssima uva, vale a pena provar.
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