A Dolcetto é uma das mais injustiçadas uvas de todo o mundo. Não bastassem suas irmãs chiques e badaladas, como a Sangiovese e a Nebbiolo, seu nome ainda remete a “vinho doce”, o que leva um sem número de pessoas a enjeitar quaisquer Dolcettos que vejam. Nada mais triste. Trata-se de uma das mais interessantes uvas italianas, capaz de produzir, nas mãos de bons produtores, vinhos equilibrados, densos e agradáveis, ainda que sem toda a carga de complexidade e poesia dos melhores Barbarescos e Barolos, seus companheiros de Piemonte.
Carlo Romana é um especialista em Dolcetto di Dogliani e coleciona inúmeros elogios da imprensa especializada italiana. Seu Rumanot, que experimentamos hoje, compõe a gama intermediária da casa e provém de vinhedos de cerca de 35 anos de idade. Não há passagem por madeira.
Visual rubi translúcido e leve, com discretos relampos de ocre nas bordas, denotando evolução. No nariz, muita fruta negra fresca, especialmente amoras e ameixa. No fundo, há alguma mistura de madeira, cacau, café e especiarias. Nota-se alguma ferrugem, puxando claramente a evolução. Em boca, taninos macios e acidez média, fácil de beber e de gostar. Mesmo com quatro anos, ainda mostra vitalidade e estrutura. Uma excelente compra por cerca de R$ 35-40.
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