Xavier
e Violaine de Franssu se conheceram nos bancos da Faculdade de
Agronomia de Montpellier. A partir daí, seguiu-se uma carreira de
sucesso por diversas vinícolas do Languedoc-Roussilon. Em 2004, deram
início a um projeto próprio: o Mas de Cynanque, em Saint-Chinian. Essa
interessante AOC do Languedoc-Roussillon é pouco divulgada
internacionalmente e ainda paira uma certa desconfiança a respeito do
passado conturbado da região. Com efeito, a Carignan, uva altamente
prolífica que é símbolo de Saint-Chinian, foi uma das responsáveis pela
exagerada produtividade e consequente baixa qualidade de grande parte
dos vinhedos do sul da França entre as décadas de 70 e 90. Recentemente,
a região vem renascendo graças a produtores mais cuidadosos, como os
Franssu. Este que provamos hoje é o tinto de entrada da casa, um corte de 60% Carignan, 30% Grenache e 10% Syrah.
Coloração
rubi profundamente opaca, com discreto halo. No nariz, traz muita coisa
interessante: uma nota de porão, velharias e couro junta-se a um toque
especiado. Há algo de frutas, talvez cereja ou morango, mas elas não são
as estrelas aqui. Em boca, a acidez e os taninos vivos mostram que não
estamos para brincadeiras. Uma "quentura" generalizada é percebida, como
se tivessem adicionado um toque de pimenta do reino diretamente na taça. Um vinho muito
peculiar, rústico e sincero, do tipo ame-o ou deixe-o. Evoca todo o jeito Carignan de ser. Não é para
corações fracos! Vale a pena provar!
Deixe seu comentário