Kermit Lynch é um dos mais relevantes personagens do mundo vitivinícola. Um importador de grande sucesso, Kermit conhece os vinhos e os produtores franceses como poucos e concentrou nesse país, com leves pitadas de Itália, o foco de sua atuação. Ao contrário dos críticos, Lynch não se interessa tanto por longas e rebuscadas descrições, preferindo falar abertamente sobre aquilo de que gosta, ou seja, vinhos feitos à moda antiga, sem interferências tecnológicas. Durante os anos oitenta, muito antes da onda do biológico/sustentável chegar ao mercado do vinho, Kermit defendia a redução dos níveis de SO2 e do uso de fertilizantes químicos. Enquanto o mundo seguia a lógica do “quanto maior, melhor” promovido por Parker e seu sistema de 100 pontos, os consumidores norte-americanos sabiam que podiam contar com propostas selecionadas a dedo por Kermit, em suas extensas pesquisas in loco junto aos produtores franceses que insistiam em fazer vinho da mesma maneira que seus antepassados.
Seu principal livro, Adventures on the Wine Route: a Wine Buyer`s Tour of France traz, justamente, os relatos de Kermit sobre suas frequentes visitas à França. Seu estilo preciso, sagaz e divertido nos transporta para as preciosas caves e os lendários vinhedos de grandes produtores do Rhône, enquanto trocamos palavras com personagens únicos como Lulu Peyraud, Charles Joguet e Henri Brunier. Em termos de sabedoria enológica, cada página desta belíssima obra vale por milhões de notas de degustação dos críticos massificados que povoam as revistas do gênero. Mais do que um um comerciante de sucesso e um músico algo frustrado, Kermit Lynch é um embaixador do vinho feito com amor e dedicação. Ao externar sua aversão ao mainstream vitivinícola, feito de vinhos fabricados em laboratório para atender ao gosto massificado, que busca álcool e madeira, o lendário mercador de Berkeley nos lembra que o vinho nada mais é do que uma dádiva da terra. Leitura obrigatória!
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Fábio Baptista
Kermit Lynch é um dos mais relevantes personagens do mundo vitivinícola. Um importador de grande sucesso, Kermit conhece os vinhos e os produtores franceses como poucos e concentrou nesse país, com leves pitadas de Itália, o foco de sua atuação. Ao contrário dos críticos, Lynch não se interessa tanto por longas e rebuscadas descrições, preferindo falar abertamente sobre aquilo de que gosta, ou seja, vinhos feitos à moda antiga, sem interferências tecnológicas. Durante os anos oitenta, muito antes da onda do biológico/sustentável chegar ao mercado do vinho, Kermit defendia a redução dos níveis de SO2 e do uso de fertilizantes químicos. Enquanto o mundo seguia a lógica do “quanto maior, melhor” promovido por Parker e seu sistema de 100 pontos, os consumidores norte-americanos sabiam que podiam contar com propostas selecionadas a dedo por Kermit, em suas extensas pesquisas in loco junto aos produtores franceses que insistiam em fazer vinho da mesma maneira que seus antepassados.
Seu principal livro, Adventures on the Wine Route: a Wine Buyer`s Tour of France traz, justamente, os relatos de Kermit sobre suas frequentes visitas à França. Seu estilo preciso, sagaz e divertido nos transporta para as preciosas caves e os lendários vinhedos de grandes produtores do Rhône, enquanto trocamos palavras com personagens únicos como Lulu Peyraud, Charles Joguet e Henri Brunier. Em termos de sabedoria enológica, cada página desta belíssima obra vale por milhões de notas de degustação dos críticos massificados que povoam as revistas do gênero. Mais do que um um comerciante de sucesso e um músico algo frustrado, Kermit Lynch é um embaixador do vinho feito com amor e dedicação. Ao externar sua aversão ao mainstream vitivinícola, feito de vinhos fabricados em laboratório para atender ao gosto massificado, que busca álcool e madeira, o lendário mercador de Berkeley nos lembra que o vinho nada mais é do que uma dádiva da terra. Leitura obrigatória! 
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