terça-feira, 26 de outubro de 2010

Barolo - Sette Cascine - 2006

    Ah, o Barolo. Talvez o maior símbolo da produção vinícola italiana, também conhecido como o rei dos vinhos e o vinho dos reis. Feito 100% de uvas Nebbiolo, o Barolo leva o nome de um pequeno vilarejo medieval piemontês, como aliás costuma acontecer com a maior parte dos grandes vinhos italianos. Na verdade, o vinho de hoje é, de certa forma, uma traição às nobres origens do Barolo, vez que foi comprado ao incrível preço de dez euros. Mesmo aqui na Itália os grandes vinhos são caros, certamente muito mais baratos do que no Brasil, mas não são coisas pra se beber todos os dias, dependendo do bolso, é óbvio. É quase impossível achar um Barolo por menos de dezesseis, dezessete euros, então resolvi me aventurar pra ver como era esse.
    A coisa já começou mal, pois não consegui achar absolutamente nada sobre a marca "Sette Cascine" na internet. No contra-rótulo, as crípticas letras D.F.R. indicavam o "produtor". Só dá pra dizer que tem 14% de álcool. A coloração é rubi bem leve, bastante transparente, com o tradicional halo alaranjado. Esse tipo de visual é típico da Nebbiolo. No nariz se mostrou bastante fechado, poucas lembranças de cerejas com um quê de madeira, muito discreto. Realmente, uma decepção, principalmente quando se leva em consideração o que Cesare Pavese disse sobre o Barolo, "... tre nasi sono quel che ci vuole per il Barolo" (três narizes são necessários para provar o Barolo). Na boca um vinho fraco, muito tânico, sem sabor e sem vida. Um horror. Mais uma vez, a prova de que um nome de peso e tradição inquestionáveis não é, de modo algum, garantia de qualidade. Triste, mas a vida de quem quer descobrir custo benefício num mercado como esse é assim, um dia se perde, outro se ganha... aliás, essa é a vida, em si, não é mesmo?   

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