Dizem que figurinha repetida não completa álbum. Quanto aos vinhos é uma meia verdade, pois se devemos, sim, buscar experimentar uvas e regiões novas, pode ser interessante analisar diversas safras de um mesmo vinho, ou diferentes uvas numa mesma safra. No meu caso, isso se deu de modo fortuito. Em mais uma de suas loucas promoções, o Carrefour resolveu pedir cerca de 36 reais por três garrafas do Don Luis, vinho básico da Cousiño-Macul. O Cabernet Sauvignon de 2008 e o Merlot de 2009 nós já provamos aqui e aqui, respectivamente. Resta uma meia-garrafa do Cabernet de 2009.
É impressionante como os 2009 se mostraram muito mais vivos e intensos do que o 2008. Identificamos no Cabernet 2008 uma nota dominante de especiarias, com um jeito simples e apagado de ser. O 2009, por outro lado, se mostrou forte e agressivo, com toneladas de frutas como groselha e cereja, circundadas por um amadeirado/café muito agradável. Em boca é bem estruturado, frutado, com alguma sobra de álcool, taninos agressivos e persistência curta.
Pode ser que o 2008 tenha passado de seu pico de maturação ou pode ser que tenha sentido mais as terríveis condições de transporte e armazenamento em supermercado. O fato é que há uma diferença marcante e é isso que, segundo abalizada doutrina, confere ao vinho um distinto caráter de trem bão dimais.
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