Este tinha tudo para ser um desastre: é feito por uma cooperativa gigantesca que se auto-intitula “a maior empresa de horti-fruti do Mediterrâneo”, “líder espanhol na comercialização de frutas e hortaliças” e “primeiro exportador e segundo comercializador de cítricos do mundo”; o rótulo parece barato e feito às pressas e, para completar, na Europa custa a bagatela de 2,50 Euros.
Na região de Valência predominam as castas Tempranillo e Monastrell, denominação local para a Mourvedre. De fato, o contra-rótulo indica estas duas uvas. No site, contudo, há referência apenas à Monastrell. Vai saber... Pelo menos, graças à rígida legislação espanhola, podemos ter (alguma) certeza de que passou por dois anos de guarda, dos quais pelo menos seis em madeira, para fazer jus ao “Crianza”.
Visual rubi bastante leve e transparente, demonstrando pouca concentração. No nariz, agradáveis frutas vermelhas frescas, principalmente cereja e morango, misturadas a um componente férreo, mineral/terroso. Em boca tem boa estrutura e corpo mas é bastante simples, trazendo apenas um leve e rápido frutado. Taninos marcam presença mas não incomodam. Ao final, aparece um certo amargor residual. Um espanhol que surpreende pelo preço muito em conta e pela qualidade condizente. É o bom e velho vinho “honesto”.
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