segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Teroldego Rotaliano Lagaria - Concilio - 2009

   Hoje temos mais uma uva italiana pouco conhecida e divulgada. A Teroldego é plantada no Trentino-Alto Adige, extremo norte da Itália. A região pertenceu ao império Austro-Húngaro até 1919 e a influência teutônica é marcante, a ponto de termos placas rodoviárias bilíngues. A produção de Teroldego se concentra na região denominada "Piana Rotaliana", uma planície que engloba as cidades de Mezzolombardo e Mezzocorona. A uva, com baixos níveis de taninos, parece ser geneticamente ligada à Syrah.
    A Concilio é uma tradicional vinícola da região, fundada em 1860. "Lagaria" é o nome da linha básica da casa. O vinho de hoje é um varietal, não passa por madeira e tem 12, 5% de teor alcoólico.
   A coloração é rubi, muito intensa, opaca, com discreto halo aquoso. No nariz é bastante simples, frutas vermelhas frescas, framboesas e cerejas e algumas flores. Às vezes um toque de carne crua. Na boca é um pouco decepcionante, muito leve, praticamente zero de taninos. Chega a lembrar um vinho branco. Desaparece muito rápido. Pode ser uma boa escolha para o verão ou para fugir dos vinhos mais pesados e empenhativos. 2,80 Euros pela meia-garrafa.  
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domingo, 28 de novembro de 2010

Wine Politics - Tyler Colman - Livrão!

    Rios de tinta já foram vertidos a respeito das principais variedades de uva, as várias técnicas de vinificação e envelhecimento e tudo o mais que se relacione com a santa bebida de baco. Mas há um aspecto sobre o qual não pensamos frequentemente e que não recebe a devida atenção da mídia. É a política por trás do vinho. O que determina que em certa área só se possa plantar alguns tipos de uva? Quais as razões por trás dos controles de rendimento dos vinhedos ou das limitações de distribuição de bebidas alcoólicas? Assuntos como esses são decididos, na maior parte das vezes, longe dos vinhedos, dentro dos mendros burocráticos de instituições, governamentais ou privadas. Mas são tão relevantes para o consumidor quanto a decisão do vinicultor de envelhecer o vinho em madeira ou não.
    Este é o tema central do livro de Tyler Colman, PhD em ciência política, autor do livro "Wine Politics" e do blog Dr. Vino. A obra aborda, ainda que superficialmente, temas potencialmente complexos e maçantes, como o processo político que levou à "Lei Seca" nos Estados Unidos e sua porterior revogação e a história das leis que regulam as AOC`s francesas. A narrativa, contudo, é agradável e não exige conhecimentos específicos. Um belo livro que mostra o quanto há por trás daquele simples cálice de mosto de uva fermentado.
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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Brunello di Montalcino - Castello Banfi - 2004

    Talvez o vinho italiano por definição, o Brunello foi criado por Ferruccio Biondi-Santi. O "marromzinho" pode atingir preços estratosféricos e é um dos grandes símbolos da Itália, tanto quanto um prato de macarrão ou uma Ferrari.
    O braço italiano da Banfi Vintners foi fundado em 1978 e é uma mega-operação bem ao estilo norte-americano, incluindo até uma espécie de hotel. Já provamos o Rosso di Montalcino da Castello Banfi, que agradou bastante. Agora é a vez de seu irmão mais velho.
    Como todo Brunello, é 100% Sangiovese Grosso. Passa dois anos em barris e barricas e mais oito a doze meses em garrafa. Recebeu 93 pontos da Wine Enthusiast e 92 da Wine & Spirits. 13,5% de teor alcoólico.
    No visual temos um rubi não muito intenso, quase transparente. Nem sinais de qualquer tom alaranjado, o que indica que poderia aguentar mais alguns anos de garrafa, tranquilamente. No nariz é potente e complexo. Não estamos diante de um vinho de uma nota só, tem muita coisa acontecendo aqui. De imediato percebemos um belo perfume floral, muito sedutor. Cerejas, amoras e um elegante toque de madeira e tabaco, por vezes lembra comida, salame! Belíssimo. Na boca é ainda melhor, muito inteso e frutado. Taninos muito bem equilibrados, longa persistência. Daqueles vinhos que dão vontade de mastigar, de tão densos e saborosos. Um Vinhão! O bel paese em um cálice! 22 Euros.
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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Ramitello - Di Majo Norante - 2005

    O Molise é um pequeno estado da Itália meridional, de economia predominantemente agrícola. Nasceu em 1963 a partir da divisão do antigo estado de Abruzzi e Molise. A região produz vinhos desde os tempos dos romanos e a Di Majo Norante busca resgatar a tradição do terroir local.
    O vinho de hoje recebeu 88 pontos de Antonio Galloni e consiste num corte de 80% Sangiovese e 20% Aglianico. O afinamento ocorreu em barril e em cubas de aço, com mais seis meses em garrafa. 13,5% de teor alcoólico.
    Coloração rubi intensa e opaca, com evidente halo alaranjado que já denota certa idade. Este é um vinho de muita personalidade. Estilo ame ou odeie. O bouquet é uma passagem sem escalas para um curtume, feito de muita madeira e pregos enferrujados, com algumas sacas de café e especiarias e umas frutinhas secas aqui e ali. É isso tudo, à décima potência. Na boca é muito mais tranquilo, com um amargor de café. Um pouco ligeiro demais, meio desconjuntado, bem esquisitão. Não gostei, me pareceu desequilibrado e muito carregado no couro. Pode ser um problema desta garrafa. Cerca de oito euros.   
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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Wine Library TV - Mudando o mundo do vinho!

    Muitos criticam o fato de que ele vende os vinhos que analisa. Outros torcem o nariz para sua atitude relaxada, informal e descompromissada. O fato é que Gary Vaynerchuk é um grande empresário. Sua família veio de Belarus para os Estados Unidos na década de 70 e já na escola Gary mostrava um tino para o comércio, ao conseguir tirar um belo dinheiro comprando e vendendo figurinhas de beisebol. Em seguida, transformou a pequena loja de seu pai em um império multimilionário dos vinhos, a Wine Library. Em 2006, Gary decidiu dar início a um vlog sobre vinhos, a Wine Library TV, cujo grande mote é o de fazer com que as pessoas confiem nas próprias percepções enológicas e provem sempre um novo vinho. Célebres são os episódios em que ele realmente prova coisas estranhas que normalmente são mencionadas como notas de degustação, como terra ou pedras molhadas.
    Fenômenos como esse nos fazem pensar sobre o papel da internet e, em particular, das novas mídias sociais no mundo dos vinhos. A grande rede é, talvez, a mais eficiente ferramenta de eliminação de desvantagens comparativas de conhecimento. Hoje, praticamente todos os campos do saber humano estão a um clique de distância. É óbvio que um conhecimento sólido sobre qualquer coisa não pode ser construído com cinco minutos de Google, mas isso pode bastar para que um consumidor se informe sobre as características típicas de uma certa uva. E esta é a parte fascinante. Por décadas, considerou-se a degustação de vinhos um mistério imperscrutável se não para aqueles poucos iniciados. Hoje, qualquer um, mesmo que não detenha o menor "conhecimento formal" sobre vinhos (como eu) pode se meter a dizer "eu gosto" e "eu não gosto". Hoje, em segundos, podemos saber o que milhares de pessoas comuns (e não só aquele punhado de "críticos") pensam sobre aquele determinado vinho. Os benefícios, para nós, são incontáveis, tanto como consumidores quanto como apreciadores.
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domingo, 21 de novembro de 2010

Lambrusco Concerto - Medici Ermete - 2009


    Por muito tempo o Lambrusco foi considerado um vinho inferior, maciçamente exportado para os  Estados Unidos nas décadas de 70 e 80. O panorama começou a mudar durante a década de 90, quando alguns produtores, como Alberto Medici, decidiram provar que era possível colocar o Lambrusco entre os grandes vinhos italianos. Aos poucos percebeu-se que era possível tratá-lo como um vinho "de verdade" e os "bicchieri" do Gambero Rosso começaram a aparecer. Em 2010, o Concerto 2008 foi o primeiro Lambrusco a receber os famosos "tre bicchieri".
    Feito com uvas Lambrusco Salamino, o teor alcoólico é de 11,5%. O visual é um espetáculo! De tão intenso, é praticamente preto, completamente opaco, manchando muito a taça. No nariz, muita fruta fresca, morangos e cerejas em profusão. Algumas vezes sentimos também aquele toque de carne crua e um certo frescor herbáceo. Mas é direto, sem muitas nuances, 90% frutas. Na boca é leve e fresco, com uma boa dose de acidez no retrogosto. Muito fácil de beber, talvez um pouco doce demais para certos palatos. Um vinho que une os sabores de um bom tinto ao frescor de um branco. Muito bom! Cerca de cinco euros.
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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Le Volte - Ornellaia - 2008

    A Tenuta dell`Ornellaia é um dos grandes nomes da vinicultura italiana, muito conhecida pelo Super Toscano que leva o nome da casa. Mas abaixo do famosíssimo Premier Cru temos dois irmãos mais humildes: o Le Serre Nuove, de nível intermediário e o Le Volte, o vinho de entrada. Temos também o Masseto, um varietal Merlot. Vale a pena visitar o site, que inclui até uma câmera com imagens dos vinhedos, em tempo real.
    O vinho de hoje é um corte de 50% Sangiovese, 40% Merlot e 10% Cabernet Sauvignon e passa 10 meses nas mesmas barricas utilizadas pelo Ornellaia e Masseto. Teor alcoólico de 13,5%. A coloração é de um rubi muito intenso, completamente opaco, com um halo aquoso muito reduzido. No nariz temos um verdadeiro espetáculo composto por frutas vermelhas em compota, solo de floresta, madeira e couro. É como entrar num bosque perfeitamente preservado, com uma cesta de amoras, cerejas e ameixas esmagadas até formar uma essência primitiva. A característica vegetal que temos aqui não é simples e direta como grama ou eucalipto, mas há um toque adicional de frescor, que lembra um ecossistema com rios e borboletas. Na boca, a marca de um grande vinho com sabor intenso de frutas frescas e um quê de hortelã. Equilibrado, taninos presentes mas bastante contidos pelos 40% de Merlot. Longa persistência. Um vinho complexo, belíssimo, um Vinhão! Se este é o pequenino da casa, imagino como devem ser os irmãos mais velhos! Cerca de 13 Euros.
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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Sangiovese di Romagna - Poderi dal Nespoli - 2008

    Hoje temos um vinho da Emilia-Romagna, região que normalmente fica à sombra dos vizinhos Piemonte e Toscana. É a casa do Parmigiano-Reggiano, do aceto balsâmico, do Lambrusco, da Ferrari, da Lamborghini e da universidade mais antiga do mundo! A região tem produzido bons vinhos, mas que ainda não tem a fama e o reconhecimento dos demais italianos, situação propícia para relações custo-benefício favoráveis.
    A vinícola Poderi dal Nespoli se situa na região sudeste do estado (Romagna) e sua história remonta ao fim da Segunda Guerra Mundial. 30% do vinho passa oito meses em barrica e o teor alcoólico é de 13,5%.
    O visual é de um rubi intenso, mas não completamente opaco. O nariz consiste em dois grandes componentes, muito intensos e evidentes: uma "tinta" de frutas frescas, como amora e cereja e algo bem animal, com muita carne crua e algum couro. Interessante. Na boca é agradável, consistente, redondo e puxado para as frutas. Taninos potentes. Desaparece um pouco rápido demais. É um vinho direto, sem meias-palavras. Desde a primeira fungada já dá logo sua mensagem. Bacanudo! 7,50 Euros.
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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Soave Classico - Lamberti - 2009

    Nem só de Valpolicella e Amarone vive o Vêneto. De uma área próxima à belíssima cidade de Verona nasce o Soave, vinho branco feito, na maior parte, com a uva Garganega. Entre as cidades de Soave e Monteforte d`Alpone temos a região do Soave Classico, que teoricamente se situa entre o Soave e o Soave Superiore, na pirâmide qualitativa.
    A Lamberti, tradicional vinícola vêneta, leva o nome de uma das grandes famílias de Verona. O portfólio da casa inclui todos os clássicos da região e a linha Santepietre compõe, digamos, o grosso da produção.
    O vinho é um corte de 70% Garganega, 20% Trebbiano di Soave e 10% Chardonnay. O afinamento ocorre em aço e o teor alcoólico é de 12,5%.
    A coloração é amarelo-palha muito leve. No nariz temos um intenso buquê de frutas como pêra e maçã e algumas lembranças florais e de palha. Muito bom. Na boca lembra um suco de frutas tropicais acompanhado de um amargor pronunciado. Final médio. Interessante vinho, muito puxado para a maçã verde, agrada mais no nariz do que na boca. Aqui custa cerca de quatro euros.
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sábado, 13 de novembro de 2010

Barbaresco - Produttori del Barbaresco - 2004

    Todas as criações humanas envolvem uma certa dose de paixão, contradição, ideologia e filosofia. A vinicultura não é exceção. Os atos de plantar, colher, fermentar e engarrafar são a mera exteriorização de uma concepção. Hoje assistimos ao embate entre duas grandes ideologias vinícolas: a "moderna", das pequenas barricas, fruit-bombs e flying winemakers e a "tradicional", dos enormes barris de carvalho e produção familiar, nos exatos moldes de séculos e séculos de história. O vinho de hoje, um dos grandes "B`s" da Itália, é um belo exemplar da última corrente.
     O Barbaresco pode ser considerado uma espécie de irmão do Barolo, vez que são ambos interpretações da uva Nebbiolo. Os dois vilarejos se situam na região de Langhe, no Piemonte, noroeste da Itália. A Sociedade Produttori del Barbaresco exala tradição por todos os lados, dos rótulos, que parecem ter sido concebidos na década de 60, aos gigantescos barris de carvalho. Vinhos de cooperativas são normalmente tidos por inferiores, mas a Produttori tem sempre conseguido boas análises da crítica, especialmente por seus Barbarescos mais refinados. A sociedade foi fundada por um padre em 1958 e dedica-se exclusivamente à Nebbiolo. Ao contrário dos rótulos mais caros, que provém de vinhedos específicos, esse Barbaresco é uma espécie de mexidão de diversas localidades. As uvas que não estão à altura da denominação são usadas num varietal Nebbiolo, o vinho de entrada da casa, que parece ser também bastante interessante. Envelhecido por vinte meses em carvalho, tem 14% de teor alcoólico.
     O visual é típico Nebbiolo, de um rubi translúcido com belos tons alaranjados, que evidenciam seus seis anos de idade. Esse é daqueles vinhos que devem ser tomados sem pressa. Ele precisa respirar. Logo depois de aberto se mostra muito fechado. Algumas horas depois surge um nariz interessante, de notas minerais, terra, chocolate e alguma cereja. Este é um típico bouquet do velho mundo, com muita terra e belos nuances florais, não temos aqui a gratificação instantânea dos fruit-bombs. Fica ainda melhor na boca, os componentes aromáticos retornam com muita intensidade, cobrindo todo o palato. Os taninos estão ainda bem vivos, basicamente transformando a boca num deserto, tudo ao estilo bem Nebbiolo de ser. Persistência média-longa. Consegue ser muito intenso e, ao mesmo tempo, delicado. Belo vinho, claramente na contramão das tendências "modernizantes". 16,90 Euros.
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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Nero d`Avola - Mirabile - 2009

    Frequentemente comparada à Syrah, a Nero d`Avola gosta de climas quentes. A Sicília é, naturalmente, sua casa. Hoje provamos um varietal da casa Mirabile, que, como boa empresa agrícola mediterrânea, produz, também, azeite. Seu site é simples e, aparentemente, não é atualizado desde 2005! A safra 2007 deste Mirabile Nero d`Avola recebeu 90 pontos da Wine Spectator. Não passa por madeira e tem 13,5% de teor alcóolico. Interessante notar que o contra-rótulo já vem totalmente em inglês, pronto para o mercado norte-americano. Foi a primeira rolha sintética que vi num vinho italiano.
    O visual é de um granada intenso, halo aquoso evidente. O nariz é dominado por notas de especiarias como pimenta-do-reino conjugadas a alguma fruta madura, com um leve toque herbáceo para completar. É um vinho austero, tendendo mais para um café introspectivo do que para as alegres frutas do bosque. Na boca é muito agradável, concentrado e equilibrado, taninos potentes mas sem prejudicar. Boa persistência. O preço foi uma barbada... 3,70 Euros!
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terça-feira, 9 de novembro de 2010

San Luigi Dolcetto di Dogliani - Pecchenino - 2008

    Mais um Dolcetto, dessa vez não "d`Alba", mas "di Dogliani". As duas cidades piemontesas ficam a poucos quilômetros de distância e produzem vinhos internacionalmente conhecidos pela elegância e delicadeza, no estilo "Pinot Noiresco".
    A história da vinícola Pecchenino remonta ao fim do século dezoito e, passada de pai para filho, tornou-se reconhecida por seus Dolcettos.
    O vinho de hoje é 100% Dolcetto, não passa por madeira e tem 13% de teor alcoólico. Recebeu 89 pontos de Antonio Galloni, que escreve para a Wine Advocate. 
    A coloração é de um rubi opaco, com um halo aquoso bastante evidente. Um agradável bouquet se faz logo notar, com um belíssimo perfume de cereja e ameixa. Trata-se de um frutado mais aberto, mais alegre do que normalmente se encontra por aí. Em outras palavras, lembra mais um belo suco de frutas vermelhas recém-colhidas do que uma geléia. Temos também um certo toque herbal, estilo grama. Na boca é muito equilibrado, com uma certa mineralidade presente. Taninos muito bem domados, sem excessos nem carências. Bela persistência. É um vinho mais feminino, delicado, quase tão fácil de beber quanto um branco.  Mais Queen do que Black Sabbath. Os dolcettos são, realmente, incríveis! 8,90 Euros.  
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domingo, 7 de novembro de 2010

Titulus - Verdicchio dei Castelli di Jesi - Fazi Battaglia - 2009

    A Verdicchio faz parte de um grupo de uvas brancas italianas pouco conhecidas e divulgadas. A Falanghina e a Greco também estão nesse time. Tradicional variedade da região de Marche, a Verdicchio pode gerar vinhos de respeito, até capazes de envelhecer por alguns anos. A Fazi-Battaglia foi em grande parte responsável pelo redescobrimento desta uva, lançando, na década de 50, um concurso para o design da hoje famosa garrafa de seu Verdicchio Titulus, em forma de ânfora. A garrafa é, de fato, uma atração à parte, vindo acompanhada de uma espécie de pergaminho, com diversas informações sobre o vinho e a região.
    A denominação "Verdicchio dei Castelli di Jesi" permite até 15% de outras uvas, mas o de hoje é feito exclusivamente de Verdicchio. O vinho não passa por madeira e permanece um mês em garrafa, antes de ser liberado. Teor alcoólico de 12%.
    Logo na cor já demonstra a tipicidade da uva, com um amarelo palha muito claro, com leves reflexos esverdeados. No nariz é muito agradável, um belo dueto entre notas de frutas como melão e maçã e um elegante toque floral. Na boca é bastante denso, "pesado" até, com boa acidez e um certo amargor residual, muito gostoso. Belo vinho! 5,80 euros.
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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Marchese Antinori Chianti Classico Riserva - 2005

    Sexta-feira, dia de relaxar e abrir um belo vinho para dar início aos "trabalhos" do fim de semana.
    Hoje temos um dos grandes medalhões italianos, o Chianti, interpretado por um dos mais renomados produtores, Antinori, responsável por ícones sagrados como o Tignanello e o Solaia. Feito com pelo menos 80% de Sangiovese, o Chianti é provavelmente o vinho mais tradicional da Toscana, vez que sua áerea de produção foi demarcada já no início do século XVIII. Segundo Jancis Robinson, trata-se do Bordeaux italiano. A Antinori têm a vinicultura integrada no próprio DNA, já que sua história começa, nada mais nada menos do que nos idos do século XIV. Uma das maiores companhias vinícolas da Itália, teve um papel determinante no surgimento dos Supertoscanos.
    O vinho de hoje recebeu 91 pontos da Wine Spectator e de Antonio Galloni, que escreve para a Wine Advocate, de R. Parker. Composto por 90% de Sangiovese e 10% de Cabernet Sauvignon, passa por um envelhecimento de 14 meses em barricas e um ano em garrafa. O teor alcoólico é de 13,5%.
    Logo de início temos um rubi muito intenso e escuro, com halo aquoso muito discreto. O bouquet é um verdadeiro canhão de frutas como amoras e framboesas em compota, integradas a baunilha e café, circundadas por discretas notas vegetais de eucalipto. Tão intenso que chega a lembrar uma espécie de tinta, mas no bom sentido. O uso de madeira se faz notar, mas não chega a desequilibrar.  Na boca é muito saboroso, bem estruturado e balanceado. Frutas negras e chocolate se integram de maneira harmoniosa. Taninos presentes mas bem domados. Longa persistência. Um vinho muito agradável, dark e poderoso. Certamente, um VINHÃO! 18,90 Euros.        
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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Cannonau di Sardegna - Cantina Dorgali - 2008

   A Cannonau é a principal uva da Sardenha, segunda maior ilha da Itália. Trata-se de um outro nome para a  Grenache, muito popular na França e na Espanha. A Cantina Dorgali é um grande nome da vinicultura sarda e o vinho de hoje ganhou o prêmio qualidade-preço do Gambero Rosso em 2009. É um varietal da uva Cannonau, passa três meses em barrica, outros três em cubas de cimento e mais três em garrafa. Teor alcoólico de 14%. Sem mais delongas, vamos a ele.
   Já na cor é um típico Grenache, ou Cannonau. Rubi bastante leve e transparente. O bouquet é muito puxado nas frutas, temos principalmente cereja e ameixa. Mas é uma fruta com um toque artificial, como se fosse uma bala, ao invés da fruta em si. Talvez algumas notas de pimenta do reino, mas muito distante, a bala de cereja toma conta. Um tanto monótono. Na boca é MUITO leve, quase não há taninos e a acidez é muito baixa. Um bocado de açúcar se faz presente, me lembrou imediatamente de um xarope para gripe, mas com menor "densidade". O sabor não demora muito a sumir. Pode ser que agrade àqueles que apreciam vinhos mais docinhos e fáceis de lidar. Eu não gostei. Custou cinco euros.  
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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Carmenere Più - Inama - 2006

    Um Carmenère italiano! Quando vi esta garrafa na loja não consegui me conter. A interessante proposta vem da região dos Colli Berici, no Veneto, nordeste da Itália, pela vinícola Inama. A homepage deles é belíssima, com vídeos e muitas informações sobre a região e os vinhos. Lá, por exemplo, aprendi que a Carmenère foi introduzida nos Colli Berici por imigrantes franceses da Aquitânia, em meados do século XIX. O vinho de hoje faz parte da porção mais acessível do portfólio da casa, o que não o impediu de conseguir belas notas da imprensa especializada. Antonio Galloni, da Wine Advocate, um crítico reconhecidamente "durão", lhe deu 89 pontos, ressaltando a ótima relação custo-benefício. Trata-se de um corte de 60% Carmenère, 30% Merlot e 10% Raboso Veronese, uma variedade local do Veneto. O vinho descansa por 12 meses em barricas de carvalho francês, não passa por filtragem e tem 13,5% de teor alcoólico.
    A coloração é de um granada bastante escuro e intenso, quase preto. Discreto halo aquoso. Muitas lágrimas, um vinho chorão, como gostam de dizer. No nariz é uma beleza, típico Carmenère, com frutas negras em compota muito intensas, especiarias como pimenta do reino e um toque de chocolate e tabaco. Na boca tem bela presença, é equilibrado, taninos bem balanceados, acidez moderada, boa persistência. Um vinho dark, de caráter. Os italianos também sabem trabalhar muito bem a Carmenère! 8,90 Euros.
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